quinta-feira, 27 de outubro de 2011

COMBATE ÀS DROGAS

Tive a oportunidade de participar da Conferência de Combate às Drogas organizada pelo COMAD, realizada no clube dos Pioneiros, no bairro Bom Retiro. Representantes de diversos setores do Vale do Aço estiveram presentes, tendo sido discutidas propostas de políticas públicas voltadas ao combate à disseminação de drogas em nossa região. Foi uma iniciativa altamente positiva, demonstrando responsabilidade social e preocupação com um dos maiores problemas que enfrentamos na atualidade.

Durante a palestra e no momento dos debates, se enfatizou a questão de que é cada vez menor a idade dos jovens que estão envolvidos com drogas em nossa região e, ainda, a necessidade de se estabelecer projetos concretos para o combate desse mal, deixando-se de utilizar as mesmas “frases feitas” que não produzem algo de concreto.

Como Delegado de Polícia, tenho convivido com esta triste realidade, recebendo, na delegacia, adolescentes com idades cada vez mais tenras, envolvidos com as drogas. E exatamente por isso, penso que não posso ficar fechado em meu gabinete. Ao contrário, é cada vez maior a necessidade de nossa presença nos momentos em que se busca discutir as saídas possíveis para o combate a esta realidade. É o que temos procurado fazer.

Todavia, o que se percebeu, na verdade, diante de todos os questionamentos realizados após a palestra, é que a sociedade não aceita mais discursos vazios e reivindica projetos e ações concretas para a resolução efetiva do problema. Nosso povo tem estado mais atento às “falácias” e tal atitude tem sido repudiada.

E a inexistência concreta de políticas públicas a respeito das drogas e de tantos outros problemas só retrata uma triste realidade: a ineficiência e a omissão daqueles que, hoje, nos representam e titularizam o Poder.

Mas tenho fé no futuro. Acredito que “caras novas” aparecerão, trazendo discursos verdadeiros, juvenis e corajosos. Estou certo de que os omissos serão lembrados por sua omissão e darão lugar aos novos, àqueles que têm CORAGEM para mudar, para ENFRENTAR qualquer um e qualquer coisa, sem receios e sem interesses escusos.

Tenho fé de que uma postura jovem, questionadora e corajosa surgirá ( e, na verdade, já tem surgido ), com propostas novas e idealizadoras, buscando transformar nossa Ipatinga numa cidade mais justa, mais honesta, proporcionando aos seus cidadãos a qualidade de vida de outrora. Esta qualidade regressará, e num futuro próximo.

Tenho fé.

terça-feira, 11 de outubro de 2011

EFEITO CASCATA

Num ano de tantos infortúnios, fruto de uma administração questionável, parece que nosso executivo o fechará “com chave de ouro”!!!!

Há meses temos visto o impasse referente à situação dos professores municipais em Ipatinga. Desde junho estão lutando, num movimento grevista, por melhores condições e pelo pagamento de salário que respeite o piso fixado por Lei Federal. Indiferente ao pleito, a Administração Municipal se recusa a negociar.

É certo que estamos no Brasil, mas, diante de tamanha indiferença, é impossível não nos lembrarmos dos exemplos de países de primeiro mundo, onde a qualidade do ensino alcança patamares elevadíssimos e onde o ensino público supera em muito o privado. E isto leva em conta uma constatação bastante clara: a primazia pela VALORIZAÇÃO daquele que tem o mister de ensinar - o PROFESSOR.

Em nossa Ipatinga, o que chama a atenção, no entanto, é a presença de outro fator (além da desvalorização). Trata-se do “efeito cascata” daquela que chamamos “administração questionável” (para sermos polidos nos adjetivos!).

São visíveis os efeitos das decisões tomadas nos últimos meses. Garis perdendo empregos e deixando de prestar um serviço essencial, contrato com a Urbis questionado, funcionalismo público mal pago, professores desvalorizados e, agora, os maiores prejudicados: os alunos da rede municipal estão correndo o risco de PERDEREM O ANO LETIVO!

O que se percebe é que tudo isto, na verdade, é consequência de atos (também questionáveis) praticados nos últimos meses. Até porque, estamos falando de um município com receitas consideráveis, apto a honrar seus compromissos e a valorizar seu funcionalismo e, principalmente, seus discentes.

Não é tolerável que os alunos da rede municipal paguem um preço tão alto, perdendo o ano letivo. Serão os maiores prejudicados. Mas, como mostra a história ( e me corrijam os mestres da disciplina, se estiver errado) , é sempre o povo quem acaba pagando a conta.

O que nos consola é a verdade contida numa célebre frase de Abraham Lincoln que, apesar de antiga, parece-nos cada vez mais atual. E como o tema é a educação, os educandos e os educadores, permiti-mo-nos filosofar:

É possível enganar parte do povo, todo tempo; é possível enganar parte do tempo, todo o povo; jamais se enganará todo o povo, todo o tempo.”

Ipatinga saberá dar a resposta à altura.