Atitude
Acompanhando as notícias veiculadas nos quatro cantos de nosso Brasil, tenho percebido uma mudança significativa no comportamento do povo brasileiro. Gente de todas as idades e de todos os segmentos da sociedade se manifestando contra um mesmo comportamento há muito vigente em nossa terra.
O início de nossa existência como “país descoberto” já ocorre com a entrega dos bens mais preciosos que tínhamos em troca de “bugigangas” que eram novidades. Maravilhados com o desconhecido, iludidos pela sensação de “poder ter”, nossos índios entregaram nossas sementes de pau-brasil (ou “pau de tinta”) para a coroa portuguesa.
Todavia, apesar da referência ao início de nossa história, o tema já é discutido desde os primórdios da humanidade.
Etimologicamente, o termo corrupção vem do latim corruptio que significa “degradação ou decomposição”. Na Grécia antiga, Aristóteles abordava a questão, afirmando que a corrupção constitui “a mudança de algo ao não-ser desse algo”. Numa visão filosófica, entendia que corromper era transformar algo em seu oposto.
Diversos setores e órgãos de nossa sociedade, infelizmente, são conhecidos por um histórico de corrupção, de práticas de degradação dos valores morais daqueles que o compõem, em troca de favores ou bens, numa necessidade sofismável e repugnante de ganância.
Esta prática, por tempos, foi aceita pela sociedade. Não foram poucas as vezes em que se falou: “alguém roubou, porque todo mundo rouba, mas fez” ou “ali todo mundo é corrupto” e, quando alguém destoa, com conduta íntegra, não tem o valor reconhecido, como se fosse apenas mais um a necessitar de um pouco de tempo para se corromper!
Contudo, parafraseando nosso ex Presidente, “como nunca antes na história desse país”, a sociedade tem gritado por um basta nesta conduta. Diversas são as manifestações, espalhadas por todo o território, e, da mesma forma, inúmeras tem sido as demonstrações de honestidade e ilibação dos agentes que, outrora, eram vistos como parte de “setores reconhecidamente corruptos”. Legisladores, governantes, policiais, a sociedade como um todo, tem repensado sua conduta, seus valores. Não tem sido poucos os exemplos de mudança de comportamento neste Brasil afora: em Brasília, um deputado abriu mão de toda a “verba extra” de gabinete, entendendo que o salário é mais do que suficiente para suprir suas necessidades; no Rio de Janeiro, policiais recusam uma propina milionária e prendem um dos traficantes mais procurados do país; nas principais capitais, movimentos de agigantam na luta contra a corrupção.
O Brasil está mudando, e nos parece importante reconhecer isto. Não há mais espaço para o discurso vazio de que “só não se corrompeu porque a oferta foi pequena” ou qualquer outra do gênero.
Há, ainda, muito por se fazer. Há, certamente, muito a avançar. Mas muito já se mudou e a continuidade da mudança depende do reconhecimento do que se já fez.
Nossa esperança é a de que as mudanças tenham continuidade e que a sociedade perceba que há aqueles que, não obstante o sistema, tem feito a diferença.
E, por falar em esperança, nada mais propício do que citar Emily Dickinson, uma poetisa americana que influenciou o seu tempo. Disse ela:
“A esperança tem asas. Faz a alma voar. Canta a melodia mesmo sem saber a letra. E nunca desiste. Nunca!”
Para acessar a edição eletrônica do jornal (do dia 12/02/2012), basta clicar no link http://www.diariodoaco.com.br/img/naintegra/20120212/PDF/MTIwMTIwMjEyMTU=.PDF
Parabéns...pela matéria!!!!!excelente!!!!!!!!!
ResponderExcluirÓtima matéria! Excelente reflexão.
ResponderExcluirParabéns pela materia publicada, pude ver que a excelencia e conhecimento aandam juntas para conquistar sonhos. Deus lhe abençoe.
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